terça-feira, 25 de agosto de 2009

Drops Bukowski - 1 (hehe... que pretensão...)



- Porra, você não vai sair da frente dessa merda hoje?

Na porta, a silhueta da mulher mostrava, contra a luz, que estava sem nada por baixo da camisola fina e transparente. Carlos sentiu um comichão na cabeça do pau, prenúncio de uma ereção. Mas a mulher continuou falando, e toda compulsão sexual foi pela descarga.
- A gente tá sem um puto, não tem leite pro café, até a porra do baseado tá racionada e você fica nessa merda de computador como se fosse um grande autor... quando a gente vai ver alguma grana dessa sacanagem toda que você escreve?
Rita tinha seus trinta e seis anos, mas parecia mais. Não muito. Tinha uns peitos generosos, daqueles que dá vontade de deitar a cabeça depois de uma foda bem dada. E uma bunda fenomenal. Muita garotinha não tinha o traseiro daquela mulher, que sabia dos seus dotes e se metia em umas calças apertadas que não deixavam nada pra imaginação. Decote e rabo. Foi isso justamente que levou Carlos, num impulso regado a muita vodka, a convidar a mulher pra uma trepada que levasse a vida toda, e ela aceitou e se mudou de mala e cuia pra casa do cara que aparecia todo dia no bar em que era garçonete. Os primeiros meses foram uma maravilha, trepavam como loucos, dia e noite, sem grandes preocupações. Havia publicado uma coletânea de contos eróticos usando o pseudônimo de uma garota colegial, e os tarados de plantão devoraram as histórias de sacanagem adolescente, rendendo uma boa grana, o bastante pra bebida, a comida e as drogas do casal. Mas a grana, assim como a inspiração pra escrever, uma dia acaba.
- Caralho! Já não falei pra não me interromper quando tô escrevendo? Porra, vai ver tevê, em vez de me encher o saco!
A mulher murmurou um ou dois palavrões e saiu, meio cambaleante. Deve estar bêbada, pensou Carlos. Ainda tentou escrever alguma coisa, mas não conseguia uma boa idéia. E olha que pensava em sacanagem pra caralho. Ficou mais meia hora no computador, olhando pornografia barata na internet, e foi pra cama. Rita dormia de bruços, ressonava, aquela bundona de fora, perfeita. Toda redonda, sem uma marca. Parecia zombar dele, gritava que era um incompetente, que não escrevia merda nenhuma que valesse a pena. Aquela era uma bunda digna de nota, ele um arremedo de escritor. Cinquenta anos nas costas e pra fazer sucesso tinha que se passar por uma garotinha tarada. De repente sentiu o pau duro. Misto de raiva e tesão. O bicho apontava pra cima, parecia querer beijar o umbigo. E aquele rabo ali, afrontosamente perfeito. Deitou por cima e encaixou bem no cu. Falou em voz alta:
- De bêbado não tem dono.
E enfiou inteiro. Uma, duas, várias vezes. Sentiu que ia gozar, tirou o pau, deu um banho nas costas da mulher. Caiu para o lado, resfolegando. Dormiu quase instantâneamente.
Acordou no dia seguinte, deitado de costas. Rita ainda dormia, bunda pra cima, mesma posição. Parecia que sonhava. Carlos afagou-lhe os cabelos e levantou. Foi para o banheiro, mijou, e foi para o computador. Pela janela viu passar na rua algumas garotas de uniforme escolar, e vários pensamentos sacanas cruzaram sua mente.
Sorriu. Alguma coisa lhe dizia que ia ser um dia bom.

Um comentário:

  1. axei o conto escatologicamente sensual! hehe. muito bom. caí no seu blog por acaso, e gostei do q vi. acho q vc leva jeito pros contos e todo esse clima vintage cria um clima erotico e nao vulgar. parabens

    dah uma passadinha no meu blog e de sua opiniao tb.

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